sexta-feira, 13 de março de 2015

Sobre Relações Livres

Nós vivemos em um paradigma monogâmico que poucos se atrevem a contestar. Talvez por isso as relações livres tornem-se tão valiosas e o debate sobre elas deve ser estimulado. O senso comum pressupõe que relações não-monogâmicas pregam a libertinagem, conceito que se afasta da ideia de liberdade. Nossa cultura dita que o modelo único viável de relacionamento seja a monogamia, e nisto está incluso como um casal deve se relacionar e sentir. A relação de possessividade é intrínseco ao modelo monogâmico, o que bate de frente com o conceito de amor livre: respeito com as vontades do outro, solidariedade e, principalmente, liberdade. 


Você sabe o que é uma relação livre?
As relações livres não são baseadas em posse e nem em regras pré-determinadas. As pessoas podem ter relacionamentos sexuais/afetivos com uma ou várias pessoas desde que seja algo consensual e de livre escolha. Existem diversas “vertentes” de como cada casal poderá se relacionar: se a pessoa vai ficar com uma ou várias pessoas, se terá um parceiro principal, se ficarão juntos ou separados, etc. Cada casal se adapta da forma como achar melhor sempre com muito diálogo e acordos, podendo ser mutáveis e como cada um irá se sentir mais confortável.


É claro que é uma negociação complicada por si só porque exige sim comprometimento ético e amadurecimento emocional. A ausência de contratos de exclusividade não pressupõe a ausência de um compromisso com as demandas emocionais do parceiro. Mas a diferença é que ninguém está ali por obrigação, cumprindo ritos determinados de como deve ser uma relação. É completamente possível se construir uma relação com extremo respeito, carinho, honestidade, cuidado, companheirismo e amor em relações não-monogâmicas.  


E é por isso que eu questiono a monogamia compulsiva. O casamento em si é uma instituição falida, é a forma de escravidão de um sexo pelo outro. A monogamia pode estimular ciúmes, posse, egoísmo, sofrimento, feminicídio. Traições são tão recorrentes que se tornaram aceitáveis. Onde fica o respeito ao fim de tudo isso?

Uma coisa é ter confiança mútua e acordos, declarados ou não, com o parceiro, e esperar que nenhum engane o outro. E outra coisa é achar que se tem direito de controle sobre as ações da pessoa. Se ela não quer ou não pode manter acordos, ou se estes acordos mudam, ou se a outra parte não quer ou pode ceder, não há como manter este tipo de relacionamento e ele está fadado ao fracasso. 

Será que a sua maneira de amar é que não condizia com o que você realmente queria?
Um pouco de História
A monogamia não é uma regra natural aos relacionamentos. A forma de se relacionar mudou em cada momento da história, ou seja, ela é transitória. Acredita-se que ela tenha surgido junto com a propriedade privada. Com o excedente de produção e apropriação dos homens, estabeleceu-se a divisão sexual do trabalho. Com isto, o papel da mulher foi reduzido à reprodução e execução do trabalho doméstico. Tudo indica que o casamento monogâmico serviu para instituir o controle sobre a sexualidade feminina para não permitir que pairassem dúvidas sobre os herdeiros. A mulher passa então a também ser propriedade do marido, tendo como única função social a de procriar. 
A partir de hoje você só procria, fia.
A monogamia em si é opressora para os dois sexos, mas para a mulher ela tem um peso ainda maior. Enquanto o homem é estimulado a desenvolver sua sexualidade desde cedo, a ter várias mulheres para provar o quão macho e viril pode ser, a mulher precisa ser casta, além de ter as melhores atribuições, ser a mais bonita e interessante, para finalmente ser a “escolhida”. E se ela não for, vem a insegurança de que não foi boa o suficiente, de que não deu o melhor de si. Ainda carregamos o peso de viver para agradar, de se manter virgem e esperar o príncipe encantado, porque uma mulher só é completa se tiver um homem. Para uma mulher, demonstrar que vive uma livre sexualidade, que pode possuir vários parceiros ainda é sinônimo de ser julgada moralmente.


E o ciúme?
Vivemos em uma cultura que romantiza o ciúme ao máximo, como se quem não o sinta, é que não ame de verdade. Eu não consigo pensar em algo mais egoísta. Na era do amor romântico (que Hollywood ajudou a disseminar), calcada na idealização do outro, tem-se a obrigação de se estar com alguém porque senão você não é uma pessoa inteira, completa. Estimula-se a dependência amorosa salvadora de alguém.


Agora deixa eu falar uma coisa pra vocês: ciúmes não é bonitinho. Ciúme é doentio. De nada adianta querer controlar ou monopolizar o pensamento/sentimento alheio. Para se conseguir ter uma relação saudável com alguém, é preciso antes de mais nada, amar a si mesmo, ser completo sozinho. As pessoas acham que sua forma de amar é a única, a verdadeira e a correta, e qualquer coisa que saia disso não é amor. Por isso não entendem um relacionamento que não seja baseado em invasão de privacidade e monopólio das ações, dos pensamentos e da própria pessoa. Mais fácil pensar que o outro não sabe amar do que perceber que se está fazendo um papel ridículo. O erro é sempre do outro.

Exatamente por vivermos nesse modelo de posse, temos insegurança, medo de perder. Mas sentimento e ação diferem. Mesmo que não consigamos controlar o ciúmes, podemos nos esforçar para controlar nossas ações, e tentar fazer com que o ciúme não faça mal para o relacionamento.

Ao contrário do que possa parecer, relações não-monogâmicas não devem significar não se importar com o sentimento do outro. Não se importar com o ciúme que porventura apareça. Todo tipo de relação deve envolver carinho, cuidado e respeito. Devemos fazer com que a pessoa se sinta valiosa e não menos que isso. Estimular o cuidado mútuo, cuidar para tratar qualquer ciúme e não ignorar como se aquilo fosse um problema só da pessoa. 

Longe de mim defender o ciúme, que é um sentimento terrível de se sentir e conviver. Mas em uma relação de cumplicidade, carinho e respeito, isso deve ser um ponto a ser superado pelos dois, pois é algo importante e pode fazer com que tudo caia por terra. O ciúme está relacionado à insegurança e à ideia de competitividade. Oferecer autonomia a quem se gosta é fundamental para que o outro não PRECISE de você. Mas que ele se sinta seguro para ESTAR com você de livre e espontânea vontade. Tem a ver com cooperação de ajudar o outro a cuidar-se e a ser autônomo, para que jamais a relação se torne utilitária e dependente. E eu falo isso como um desabafo de quem já sentiu insegurança em relações monogâmicas e não-monogâmicas. 


Hoje, eu posso dizer que sou monogâmica. Quando admiro e passo a amar verdadeiramente alguém, eu perco a atração e interesse sexual por outras pessoas. Não é algo forçado ou que eu não me permita fazer porque vou trair. Não. Simplesmente vai acontecendo naturalmente e, quando me vejo, estou completamente voltada para somente uma pessoa. Mas isso não me impede de fazer uma crítica à monogamia. E o que eu recomendo? Que as pessoas contestem também e que sejam felizes da maneira como acharem melhor: com um ou vários amores. Se somos diferentes um dos outros, por que devemos nos relacionar de maneira igual? Se vemos tantas pessoas infelizes em seus relacionamentos, traindo e permanecendo juntos pela convencionalidade, será mesmo que não existe algo errado no que estão vendendo por aí?


Não julgue outras formas de amar. Você pode não concordar e não se adaptar, mas já passou da hora que questionarmos essa monogamia compulsória que está aí. Podemos dar sim novos significados ao amor. Podemos ter uma afetividade, um amor e uma sexualidade que nos é própria.


E para finalizar, eu utilizo esta frase da Simone de Beavoir sobre sua relação com o Sartre, uma das definições mais belas que já pude ler:

"O que me entristece é que o casal permaneça unido pelo hábito, pela pressão social… Logo que dois seres se sentem ligados não tanto por se amarem, o que era libertação e plenitude transforma-se em angústia e prisão. Sartre e eu nunca vivemos juntos e sempre consideramos ser livres de correntes que nos prendessem um ao outro. Se permanecemos unidos toda a vida, foi porque nos amávamos profundamente e porque, livremente, sempre tivemos vontade de estar um com o outro. E isso é a coisa mais bela que pode acontecer a um ser humano. O amor dá força e coragem para enfrentar o mundo e a vida, a dois e não a um só. É muito!”


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Por Hell/Agridossiê


segunda-feira, 9 de março de 2015

Mulheres que Mudaram a Música

Aaaah, as vozes femininas! aquelas que marcaram a vida de todos, de algum modo. Seja naquele momento romântico ( nao vão  dizer que vocês nunca sonharam com I say a little prayer cantado pelo boy, né...) ou apreciando o timbre perfeito de Janis. E siiim, elas mudaram a música, elas tomaram os vocais, se hoje podemos tocar nossos instrumentos (aliás, obrigada por me puxar para as aulas de violão desde cedo, mãe. <3) é porque Joan, Jini, Suzi lutaram por esse direito primeiro. 


Não são apenas cantoras, são mulheres fortes, que peitaram as regras impostas pela sociedade. Senhoras e senhores, algumas divas que marcaram suas histórias para sempre.   

Nina Simone

Dona de uma voz forte (a personalidade, então...) importante cantora e compositora, conhecida como a dama do Jazz. Mudou seu nome (Eunice Waymon) para cantar escondida dos pais. Nina era totalmente engajada em mudar o mundo. Ativista civil desde pequena, aos 11 anos pediu que seus pais sentassem na primeira fileira para vê-la tocando. Naquela época, os acentos do lugar era proibido para negros. Anos mais tarde, foi proibida de ingressar no Curtis Institute of Music,  um conservatório de música clássica. Segundo a cantora o motivo foi o fato de ser mulher e negra. Se destacou na luta pelos direitos civis nos anos 60.

Nina sofreu agressão física pelo próprio marido, sofreu por ser negra. Eternizou suas lutas contra a violência doméstica e o racismo em suas músicas (ouçam Four Women ). Lutou contra um mundo preconceituoso, machista e cantou sua verdade. Nina, que mulher...!


Janis Joplin

Janis é sem dúvidas, uma das vozes e personalidade marcante do rock e do blues. Impossível não ouví-la. Teve uma infância rígida e saiu de sua cidade muito cedo.  Com seu estilo "rebelde" o auge da sua carreira coincidiu com o auge do movimento feminista.  

Morreu aos 27 anos, assumindo o risco de ser livre em suas escolhas. Janis foi um ícone de uma geração que buscava quebrar paradigmas e viver sua liberdade.


Etta James

Etta James, vulgo Miss Peaches, filha de uma negra, mãe solteira de 16 anos, já veio ao mundo de forma nada convencional para a época.  Teve seu primeiro encontro com a música aos 5 anos de idade. Mudou-se para a Califórnia, formou um trio, e logo teve seu espaço no R&B se tornando um ícone.

Etta teve sérios problemas com drogas, relacionamentos conturbados, problemas com obesidade e infelizmente perdeu a vida devido a leucemia. Mas nada disso apagou o talento e a inacreditável voz dessa diva, que tanto contribuiu   para a música. 


Rita Lee

Rita é cantora, compositora, instrumentista, atriz, escritora, ativista e a melhor ovelha negra que há. Começou a a tocar piano aos 6 anos. Fez parte de vários grupos musicais na adolescência até integrar o grupo Os Mutantes (até hoje ela alega ter sido expulsa do grupo).

Em carreira solo, Rita emplacou um dos seus maiores sucessos "Agora Só falta Vocêêê iê iê" seguidos de outros. Pra variar, foi perseguida pela censura e o Regime Militar e cumpriu um ano de prisão domiciliar por porte de maconha. O que não impediu Rita em continuar a compor e logo em seguida sair em turnê.

Rita é um exemplo que foi seguido por várias cantoras que passaram a usar guitarra, cantar a independência feminina, e já são anos de carreira ativa e muito sólida.


Joni Mitchell

Impossível não ouvir os primeiros acordes de A Case of You e não abrir um sorriso de felicidade. <3 Na cena do rock entre Jimi Hendrix e Eric Clapton que reinavam com suas guitarras, Joni linda Mitchell, foi considerada uma das melhores guitarristas do MUNDO, segundo a revista Rolling Stone. Sua história com a música começou muito cedo.

Apesar de ter grande destaque no rock, sua especialidade era o Folk. Tanto que ganhou um Grammy como melhor artista do gênero. Um artista tão talentosa, que mesmo afastada da cena musical, lançou o álbum "Blue" estreando entre o Top 20 da revista Billboard.

Joni chamou a atenção do mundo para a paz e a preservação da natureza, e marcou o seu nome no mundo da música para sempre. Inclusive, obrigada ao meu primeiro professor de violão que me apresentou o som dessa linda. <3


Edith Piaf

Edith teve uma vida difícil desde o nascimento. Dizem que nasceu em uma calçada de Belleville. Foi abandonada pelos pais, ficou temporariamente cega devido a uma doença ocular. Começou a cantar desde os 14 anos. Aos 18 anos, teve sua única filha que morreu de meningite. Anos mais tarde, foi descoberta por um dono de cabaré cantando nas ruas. 

Edith tornou-se famosa mundialmente. Mas como eu já havia dito, a fama e o sofrimento andavam juntas na vida de Piaf e sempre transformava suas dores em canções inesquecíveis. Sem dúvidas, é a maior cantora francesa, uma inspiração.


Joan Jett

Apenas que Joan E Joni Mitchell são as únicas mulheres que entraram na lista de melhores guitarristas de todos os tempos pela Rolling Stone. Pense na moral...

Quem nunca cantarolou I Love Rock 'n Roll nas roqueiragens da vida, não é?! Seu maior sucesso ficou em 1º lugar na Billboard. Joan começou a cantar com 15 anos. Fundou junto com a baterista Sandy West um grupo pouco conhecido (só que não) The Runaways, primeira banda composta só por mulheres a fazer sucesso internacional.

Já em carreira solo, foi a primeira mulher a ter sua própria gravadora. Joan foi pioneira em várias áreas que até então, era comandadas por homens. 


Aretha Franklin

Sobre mitar na vida: é o ícone da música negra, a maior cantora de todos os tempos, a primeira muher a fazer parte do Rock & Roll Hall of Fame, a segunda cantora a possuir mais Grammys, é a Rainha do Soul. Tá bom pra vocês?!

Aretha começou a cantar aos 10 anos, na igreja do seu pai, um pastor muito conceituado, que ao contrário da maioria das cantoras daquela época, apoiou a filha na carreira. Não demorou muito para a cantora alcançar o sucesso merecido (Pelamor, que voz, que mulher...)
Um dos maiores sucessos Respect, virou um hino dos direito civis e do feminismo. Todas cantam!


Merecem nossos mais sinceros aplausos!!



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Por Rose Monteiro/Agridossiê

quarta-feira, 4 de março de 2015

Dança do Ventre: a Força do Feminino

A dança é a linguagem gestual artística do ser humano. E como é maravilhoso dar movimentos para ritmos e emoções! Através da dança atendemos as necessidades do corpo e da alma. Movimento e sentimento se expressam em cima de notas que nos imergem em um universo repleto de possibilidades. Desde os primórdios da humanidade a dança sempre esteve presente na civilização, como forma de comunicação primária até seus estilos mais complexos e elaborados.


Todo esse preâmbulo histórico tem uma nobre intenção: apresentar a dança do ventre e sua relação com o feminino. A trajetória da dança está fortemente associada à rituais e espiritualidade. A dança do ventre é uma dança milenar, registrada em escritos das civilizações egípcias, sumérias, babilônicas, gregas, persas. Mesmo que sua origem de data e local seja incerta e mais uma estimativa (7000 a 5000 a.C.), é fato que a sinuosidade da expressão corporal era um ponto em comum, bem como a exaltação do Sagrado Feminino.

A dança do ventre tem suas raízes nos ritos de fertilização que celebravam as divindades femininas, pedindo força e proteção à Grande Mãe. Além de um estilo, a dança do ventre também envolve meditação e processos de auto-cura, por incentivar a autoestima e potencializar as energias femininas que por vezes adormecem e precisam ser despertadas.


Tamanho é o esplendor do feminino nessa dança que o Cristianismo e o Islamismo (meados século IV) ao dominarem o Oriente Médio, proibiram a dança da Jade por considerá-la erótica, pecaminosa e provocante. Mulheres foram reprimidas e sua forma de louvar a alma feminina foi minimizada à uma interpretação equivocada de truques de sedução. Ao que parece, era tudo sobre eles, né? Hunf.


O viés artístico da dança do ventre anda ao lado do viés espiritual, e esse elo não pode ser rompido. A harmonia entre dança e consciência proporciona a experiência completa de vivenciar toda a energia criativa. As mulheres tem a dança como uma força intrínseca e conectar-se a essa matriz conecta mulheres à mulheres.


O que isso significa: o autoconhecimento que a dança fornece empodera e une mulheres.  A dança do ventre resgata e enaltece o poder feminino de todas nós, transformando cada uma individualmente e coletivamente.

O feminino não se trata de religião. É uma força que temos e nos aproxima umas das outras. Falar sobre a dança do ventre não é considerar apenas shimmies, camelos e oitos, a técnica não é o foco, e sim o poder e sensibilidade que essa dança hipnotizante confere a cada um que se adentra no seu universo. A dança não tem gênero, mas você, mulher, você tem o feminino dentro de você, coloca uma música e não permita que essa virtude adormeça.



Dedico a todas pessoas encantadoras que conheci na dança e que me permitiram apreciar a plenitude dessa experiência!

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Por Naara Morato/Agridossiê